quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

OS IMPACTOS DA INFORMÁTICA

Em menos de 30 anos, os computadores digitais tornaram-se uma parte integral da vida diária, assim como as redes privadas e a Internet, chegando ao ponto de estarem presentes em vários aspectos importantes das sociedades urbanas em todo o mundo, transformando irreversivelmente a forma como as pessoas realizam coisas e se relacionam umas com as outras. Trata-se de uma mudança sem precedentes na história das invenções, tendo sido chamado por muitos de "Revolução Digital". Atualmente, uma parcela crescente da população geral está entrando em contato cada vez mais freqüente com máquinas digitais e com a Web, e fazendo-o através de dispositivos incrivelmente potentes, versáteis, portáteis e de baixo custo.
As transformações acima citadas levaram a mudanças significativas nas relações de produção, na sociedade e na cultura. Além disso, a natureza da manipulação do conhecimento realizada pela TI envolve, em essência, uma lógica técnico-matemática de aplicabilidade transcontextual. Uma combinação tão crucial de fatores sugere fortemente que a interação com essas tecnologias traz impactos muito importantes para o pensamento humano.

A Teoria da Mediação Cognitiva

Compreendendo Relação Entre Informática e Pensamento
Como parte do seu trabalho de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco, o psicólogo Bruno Campello de Souza desenvolveu um modelo científico a partir da qual é possível se compreender como a tecnologia da informação interage com o pensamento humano e quais as conseqüências dessa associação. Trata-se da Teoria da Mediação Cognitiva, a qual foi validada através da observação de 3.700 alunos matriculados da 5a Série do 1° Grau até a 3a Série do 2° Grau de uma escola privada de classe média a alta na cidade do Recife. Um esboço desse trabalho é apresentado a seguir.

A Mediação Cognitiva

Para se compreender a interação entre seres humanos e os computadores é extremamente útil o conceito de Mediação Cognitiva, o qual parte de três princípios básicos:
A vantagem crucial da espécie humana em relação aos outros animais é a sua capacidade de lidar com o conhecimento, capacidade esta que depende de forma crucial do órgão cerebral;
A espécie humana tem um impulso que a leva a procurar aumentar cada vez mais a sua vantagem competitiva, ou seja, a humanidade como um todo a sempre procura aumentar o seu poder intelectual;
O cérebro é um recurso orgânico limitado, de modo que, para se aumentar a capacidade de produzir e utilizar o conhecimento é preciso procurar mecanismos de outra natureza (mecanismos extra-cerebrais).
Combinando todos os elementos acima, tem-se um retrato do intelecto humano onde existe um indivíduo que interage com um dado objeto qualquer com a ajuda de algum tipo de estrutura extra-cerebral processadora de dados e informações presente no ambiente. Este processo como um todo constitui o que pode ser chamado de Mediação Cognitiva.

A Revolução Digital e o Intelecto

Em outras palavras, a proposta teórica é a de que seres humanos adquirem conhecimento acerca de objetos através da interação e por meio da ajuda de estruturas no ambiente que fornecem capacidade de processamento adicional aos seus cérebros. Tais estruturas externas podem ser desde coisas físicas simples como um punhados de pedrinhas, que pode ajudar a contar quantas ovelhas existem num pasto, até um saber coletivo como da Matemática, o qual permite que se calcule quantas ovelhas são necessárias para se produzir uma certa quantidade de lã.

Mediação Interna e Externa

Para que possa existir uma mediação cognitiva nos moldes descritos acima, é preciso que existam dois componentes básicos, sendo eles:

Mecanismos Externos de Mediação: Elementos do ambiente que permitam o processamento de dados e a produção de informação.
Mecanismos Internos de Mediação: A capacidade aprendida de interagir com os mecanismos externos de mediação, isto é, ter aprendido como usar os mecanismos externos para auxiliar no pensamento.
Tanto os mecanismos internos quanto os externos precisam existir para que seja possível usar elementos do ambiente para auxiliar ao cérebro.

A Evolução das Formas de Mediação

Com base nas inúmeras pesquisas já produzidas acerca dos impactos de fatores ambientais no pensamento humano, é possível deduzir que os mecanismos de mediação cognitiva se desenvolveram segundo a seqüência abaixo:


OS IMPACTOS DA INFORMÁTICA
NO INTELECTO


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A Revolução Digital e o Intelecto

Em menos de 30 anos, os computadores digitais tornaram-se uma parte integral da vida diária, assim como as redes privadas e a Internet, chegando ao ponto de estarem presentes em vários aspectos importantes das sociedades urbanas em todo o mundo, transformando irreversivelmente a forma como as pessoas realizam coisas e se relacionam umas com as outras. Trata-se de uma mudança sem precedentes na história das invenções, tendo sido chamado por muitos de "Revolução Digital". Atualmente, uma parcela crescente da população geral está entrando em contato cada vez mais freqüente com máquinas digitais e com a Web, e fazendo-o através de dispositivos incrivelmente potentes, versáteis, portáteis e de baixo custo.

As transformações acima citadas levaram a mudanças significativas nas relações de produção, na sociedade e na cultura. Além disso, a natureza da manipulação do conhecimento realizada pela TI envolve, em essência, uma lógica técnico-matemática de aplicabilidade transcontextual. Uma combinação tão crucial de fatores sugere fortemente que a interação com essas tecnologias traz impactos muito importantes para o pensamento humano.

A Teoria da Mediação Cognitiva

Compreendendo Relação Entre Informática e Pensamento

Como parte do seu trabalho de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco, o psicólogo Bruno Campello de Souza desenvolveu um modelo científico a partir da qual é possível se compreender como a tecnologia da informação interage com o pensamento humano e quais as conseqüências dessa associação. Trata-se da Teoria da Mediação Cognitiva, a qual foi validada através da observação de 3.700 alunos matriculados da 5a Série do 1° Grau até a 3a Série do 2° Grau de uma escola privada de classe média a alta na cidade do Recife. Um esboço desse trabalho é apresentado a seguir.

A Mediação Cognitiva

Para se compreender a interação entre seres humanos e os computadores é extremamente útil o conceito de Mediação Cognitiva, o qual parte de três princípios básicos:

A vantagem crucial da espécie humana em relação aos outros animais é a sua capacidade de lidar com o conhecimento, capacidade esta que depende de forma crucial do órgão cerebral;
A espécie humana tem um impulso que a leva a procurar aumentar cada vez mais a sua vantagem competitiva, ou seja, a humanidade como um todo a sempre procura aumentar o seu poder intelectual;
O cérebro é um recurso orgânico limitado, de modo que, para se aumentar a capacidade de produzir e utilizar o conhecimento é preciso procurar mecanismos de outra natureza (mecanismos extra-cerebrais).
Combinando todos os elementos acima, tem-se um retrato do intelecto humano onde existe um indivíduo que interage com um dado objeto qualquer com a ajuda de algum tipo de estrutura extra-cerebral processadora de dados e informações presente no ambiente. Este processo como um todo constitui o que pode ser chamado de Mediação Cognitiva.



Em outras palavras, a proposta teórica é a de que seres humanos adquirem conhecimento acerca de objetos através da interação e por meio da ajuda de estruturas no ambiente que fornecem capacidade de processamento adicional aos seus cérebros. Tais estruturas externas podem ser desde coisas físicas simples como um punhados de pedrinhas, que pode ajudar a contar quantas ovelhas existem num pasto, até um saber coletivo como da Matemática, o qual permite que se calcule quantas ovelhas são necessárias para se produzir uma certa quantidade de lã.

Mediação Interna e Externa

Para que possa existir uma mediação cognitiva nos moldes descritos acima, é preciso que existam dois componentes básicos, sendo eles:

Mecanismos Externos de Mediação: Elementos do ambiente que permitam o processamento de dados e a produção de informação.
Mecanismos Internos de Mediação: A capacidade aprendida de interagir com os mecanismos externos de mediação, isto é, ter aprendido como usar os mecanismos externos para auxiliar no pensamento.
Tanto os mecanismos internos quanto os externos precisam existir para que seja possível usar elementos do ambiente para auxiliar ao cérebro.

A Evolução das Formas de Mediação

Com base nas inúmeras pesquisas já produzidas acerca dos impactos de fatores ambientais no pensamento humano, é possível deduzir que os mecanismos de mediação cognitiva se desenvolveram segundo a seqüência abaixo:
Assim, conclui-se que a mediação cognitiva evoluiu de uma natureza psicofísica para uma dimensão social e, em seguida, para um paradigma cultural. Afinal, isso não apenas corresponde à ordem em que tais coisas emergiram na história da humanidade, mas também à ordenação da menor para a maior complexidade.

Naturalmente, cada novo passo assimila os anteriores, integrando-os com as novas aquisições para formar uma estrutura completamente inédita.

A Hipercultura

O papel da tecnologia da informação no pensamento humano pode ser considerado como sendo aquele de uma nova forma de mediação cognitiva: a Hipercultura. Os mecanismos externos abrangem a infraestrutura tecnológica de computadores e Internet, além da cybercultura resultante. Os mecanismos internos são os conceitos, habilidades e competências do domínio da TI. Como conseqüência, adquire-se a capacidade de percepção, memória, categorização, aprendizagem, julgamento, elaboração e tomada de decisões extra-cerebrais. Trata-se de um mecanismo com alcance muito maior do que o das modalidades anteriores, sendo suas principais características:

Surge a partir do domínio do uso da tecnologia da informação e de suas lógicas subjacentes;
Agrega a cada participante o know-how e a capacidade dos demais;
Permite transitar facilmente entre contextos;
Possibilita a superação dos limites individuais de contexto e capacidade.
A Mediação Cognitiva na Era Digital

A partir de tudo o que foi colocado acima, emerge uma visão do processo de mediação cognitiva na Era Digital onde tem-se uma estrutura de processamento interno (cérebro) que transcende suas limitações agregando a si capacidade adicional provinda de mecanismos físicos, grupais, simbólicos e tecnológicos (mediação externa) por meio de um conjunto de capacidades que inclui sistemas sensoriais, habilidades sociais, conhecimento formal e domínio da tecnologia (mediação interna).


OS IMPACTOS DA INFORMÁTICA
NO INTELECTO


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A Revolução Digital e o Intelecto

Em menos de 30 anos, os computadores digitais tornaram-se uma parte integral da vida diária, assim como as redes privadas e a Internet, chegando ao ponto de estarem presentes em vários aspectos importantes das sociedades urbanas em todo o mundo, transformando irreversivelmente a forma como as pessoas realizam coisas e se relacionam umas com as outras. Trata-se de uma mudança sem precedentes na história das invenções, tendo sido chamado por muitos de "Revolução Digital". Atualmente, uma parcela crescente da população geral está entrando em contato cada vez mais freqüente com máquinas digitais e com a Web, e fazendo-o através de dispositivos incrivelmente potentes, versáteis, portáteis e de baixo custo.

As transformações acima citadas levaram a mudanças significativas nas relações de produção, na sociedade e na cultura. Além disso, a natureza da manipulação do conhecimento realizada pela TI envolve, em essência, uma lógica técnico-matemática de aplicabilidade transcontextual. Uma combinação tão crucial de fatores sugere fortemente que a interação com essas tecnologias traz impactos muito importantes para o pensamento humano.

A Teoria da Mediação Cognitiva

Compreendendo Relação Entre Informática e Pensamento

Como parte do seu trabalho de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco, o psicólogo Bruno Campello de Souza desenvolveu um modelo científico a partir da qual é possível se compreender como a tecnologia da informação interage com o pensamento humano e quais as conseqüências dessa associação. Trata-se da Teoria da Mediação Cognitiva, a qual foi validada através da observação de 3.700 alunos matriculados da 5a Série do 1° Grau até a 3a Série do 2° Grau de uma escola privada de classe média a alta na cidade do Recife. Um esboço desse trabalho é apresentado a seguir.

A Mediação Cognitiva

Para se compreender a interação entre seres humanos e os computadores é extremamente útil o conceito de Mediação Cognitiva, o qual parte de três princípios básicos:

A vantagem crucial da espécie humana em relação aos outros animais é a sua capacidade de lidar com o conhecimento, capacidade esta que depende de forma crucial do órgão cerebral;
A espécie humana tem um impulso que a leva a procurar aumentar cada vez mais a sua vantagem competitiva, ou seja, a humanidade como um todo a sempre procura aumentar o seu poder intelectual;
O cérebro é um recurso orgânico limitado, de modo que, para se aumentar a capacidade de produzir e utilizar o conhecimento é preciso procurar mecanismos de outra natureza (mecanismos extra-cerebrais).
Combinando todos os elementos acima, tem-se um retrato do intelecto humano onde existe um indivíduo que interage com um dado objeto qualquer com a ajuda de algum tipo de estrutura extra-cerebral processadora de dados e informações presente no ambiente. Este processo como um todo constitui o que pode ser chamado de Mediação Cognitiva.



Em outras palavras, a proposta teórica é a de que seres humanos adquirem conhecimento acerca de objetos através da interação e por meio da ajuda de estruturas no ambiente que fornecem capacidade de processamento adicional aos seus cérebros. Tais estruturas externas podem ser desde coisas físicas simples como um punhados de pedrinhas, que pode ajudar a contar quantas ovelhas existem num pasto, até um saber coletivo como da Matemática, o qual permite que se calcule quantas ovelhas são necessárias para se produzir uma certa quantidade de lã.

Mediação Interna e Externa

Para que possa existir uma mediação cognitiva nos moldes descritos acima, é preciso que existam dois componentes básicos, sendo eles:

Mecanismos Externos de Mediação: Elementos do ambiente que permitam o processamento de dados e a produção de informação.
Mecanismos Internos de Mediação: A capacidade aprendida de interagir com os mecanismos externos de mediação, isto é, ter aprendido como usar os mecanismos externos para auxiliar no pensamento.
Tanto os mecanismos internos quanto os externos precisam existir para que seja possível usar elementos do ambiente para auxiliar ao cérebro.

A Evolução das Formas de Mediação

Com base nas inúmeras pesquisas já produzidas acerca dos impactos de fatores ambientais no pensamento humano, é possível deduzir que os mecanismos de mediação cognitiva se desenvolveram segundo a seqüência abaixo:

Formas de Mediação Mecanismos
Externos Mecanismos
Internos Processamento
Extracerebral
Psicofísica Física do Objeto
e do Ambiente Sistemas Sensoriais Percepção
Grupo Social Interação
em Grupo Habilidades Sociais Percepção e Memória
Cultura Sistemas Simbólicos e Artefatos Conhecimento Tradicional e/ou Formal Percepção, Memória Categorização e Aprendizagem

Assim, conclui-se que a mediação cognitiva evoluiu de uma natureza psicofísica para uma dimensão social e, em seguida, para um paradigma cultural. Afinal, isso não apenas corresponde à ordem em que tais coisas emergiram na história da humanidade, mas também à ordenação da menor para a maior complexidade.

Naturalmente, cada novo passo assimila os anteriores, integrando-os com as novas aquisições para formar uma estrutura completamente inédita.

A Hipercultura

O papel da tecnologia da informação no pensamento humano pode ser considerado como sendo aquele de uma nova forma de mediação cognitiva: a Hipercultura. Os mecanismos externos abrangem a infraestrutura tecnológica de computadores e Internet, além da cybercultura resultante. Os mecanismos internos são os conceitos, habilidades e competências do domínio da TI. Como conseqüência, adquire-se a capacidade de percepção, memória, categorização, aprendizagem, julgamento, elaboração e tomada de decisões extra-cerebrais. Trata-se de um mecanismo com alcance muito maior do que o das modalidades anteriores, sendo suas principais características:

Surge a partir do domínio do uso da tecnologia da informação e de suas lógicas subjacentes;
Agrega a cada participante o know-how e a capacidade dos demais;
Permite transitar facilmente entre contextos;
Possibilita a superação dos limites individuais de contexto e capacidade.
A Mediação Cognitiva na Era Digital

A partir de tudo o que foi colocado acima, emerge uma visão do processo de mediação cognitiva na Era Digital onde tem-se uma estrutura de processamento interno (cérebro) que transcende suas limitações agregando a si capacidade adicional provinda de mecanismos físicos, grupais, simbólicos e tecnológicos (mediação externa) por meio de um conjunto de capacidades que inclui sistemas sensoriais, habilidades sociais, conhecimento formal e domínio da tecnologia (mediação interna).
A grande diferença em relação às formas anteriores de Mediação Cognitiva é a inclusão dos elementos de tecnologia da informação e sociedade digital na Mediação Externa e do domínio da linguagem e do uso da tecnologia na Mediação Interna, o que produz um processo mental significativamente mais sofisticado e, conseqüentemente, mais eficaz.

Evidências a Favor da Teoria

Ao se analisar um total de 3.700 crianças e adolescentes de ambos os sexos com idades entre 11 e 19 anos, todos alunos de uma escola recifense de classe média a alta, várias evidências puderam ser encontradas a favor da Teoria da Mediação Cognitiva, como mostra a tabela a seguir.

Evidências a Favor da Teoria da Mediação Cognitiva a Partir dos Dados de 3.700 Alunos
A Existência de Uma Hipercultura: Os vários aspectos do uso de computadores e da Internet estão estatisticamente mais relacionados uns com os outros do que com as interações e comportamentos de outra natureza. Em outras palavras, aquilo que tem a haver com o uso da Informática forma uma categoria à parte em relação ao conjunto dos demais aspectos da vida de uma pessoa. Isso corrobora a noção de que a tecnologia da informação leva à criação de algo substancialmente diferente do que tradicionalmente se entende por cultura, sociedade e ambiente.
A Hipercultura e a Existência de Vantagens Cognitivas: A interação com os computadores e a Internet está associada a uma opinião mais positiva acerca da própria capacidade intelectual, criativa e social, junto com o maior domínio da língua inglesa. Além disso, o uso de computadores e da Internet se faz acompanhar de um desenvolvimento intelectual mais precoce, duradouro e de maior alcance (por exemplo, aos 19 anos, os não-usuários de informática apresentam QI médio de 108, enquanto que os usuários apresentam QI médio de 125).
A Hipercultura Implica em Mudanças Intelectuais Profundas: A vivência da Informática está correlacionada com a preferência por um certo tipo de ambiente de estudo, com a importância dada a determinados valores pessoais e com os critérios usados para escolher um curso no vestibular. Não apenas isso, mas a interação com os computadores e a Internet está associada a diferenças substanciais na própria dinâmica do desenvolvimento intelectual.


Fica claro, então, que as principais previsões estabelecidas pela teoria parecem ter sido confirmadas pelas observações concretas, favorecendo a confiança na mesma.

Conclusão

O modelo sendo proposto tenta explicar os impactos da interação dos computadores e da Internet no pensamento através de uma visão da cognição humana como um processo onde um organismo biológico (homo sapiens sapiens) desenvolve como sua mais importante estratégia para a obtenção do sucesso na seleção natural das espécies o uso de elementos do ambiente como auxiliares externos para o processamento de informação. Os mecanismos internos e externos envolvidos em tal processo são extremamente complexos, com a recente Revolução Digital produzindo o mais recente passo numa trajetória evolucionária que segue da Psicofísica para os Grupos Sociais para a Cultura, chegando, finalmente, à Hipercultura.

Baseado no modelo descrito, é possível prever que o advento dos computadores e da Internet estão levando a transformações culturais profundas, mudanças estruturais na dinâmica do pensamento e um salto significativo no desempenho intelectual. Tomando-se as implicações da teoria um pouco mais adiante, também se pode acrescentar que:

Os benefícios da Hipercultura advém de inúmeros fatores de desenvolvimento, não podendo a falta de interação cotidiana com a TI ser plenamente compensada por intervenções localizadas e de curta duração, tais como sessões de treinamento ou aulas especiais;

O aumento das médias de acerto nos testes de QI observada entre as populações de classe média a alta em todo o mundo nos últimos 70 anos provavelmente deve-se ao advento de artefatos tecnológicos tais como rádio, telefone, televisão e computadores;

A alta velocidade da chamada Revolução Digital gerou um abismo intelectual sem precedentes entre as gerações e entre as classes sociais.

Provavelmente, a Hipercultura não representa o último passo na evolução cognitiva da humanidade, mas apenas o mais recente, já que a criação e disseminação de uma nova tecnologia com capacidade cognitiva (ou ao menos de processamento) além daquela dos computadores digitais (uma evolução qualitativa e não apenas quantitativa) tenderá a transformar tal Hipercultura numa outra forma ainda mais sofisticada de mediação, com o processo todo continuando indefinidamente.

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