terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Alester crowley


Durante boa parte de sua vida, Aleister Crowley buscou incansavelmente, e isto de fato era uma gigantesca obsessão para ele, reconhecimento de seu trabalho. Sua vida, marcada pela excentricidade, drogas, excessos sexuais, nunca lhe permitiu reconhecimento do valor de sua Obra. Isto porém, e mesmo ele o saberia quando de seu amadurecimento mágico, só viria a acontecer após seu falecimento. Aliás, Crowley dizia estar meio deslocado no tempo e, como também afirmado por seu curioso, Liber Al vel Legis, ele entendia ser o sucesso o seu grande ordálio, a grande prova de sua existência. Mas seu sucesso, de modo paradoxal, ocorrendo em vida, seria a cabal prova de seu fracasso, pois, segundo Crowley, o estado mental da absoluta maioria dos seus contemporâneos, ainda não suportando a revelação contida em suas obras, o rejeitaria por completo. A aceitação delas seria, neste caso então, o incontestável argumento e prova de sua falha.

Esta opinião poderia ter sido, muito bem, apenas mais uma jactância da presunçosa personalidade da Besta, ou simplesmente uma tola desculpa arquitetada como álibi a ser usado quando de seu fracasso, isto não fosse a imparcialidade da história demonstrando e confirmando a gabolice do pior homem do mundo.

Alguns de seus discípulos diretos se tornaram os principais responsáveis pela maior parte do que se vê em termos de vanguarda ocultista internacional. Entre tantos dignos de nota, citaremos somente aqueles mais conhecidos cujo importante trabalho é apenas um aspecto da forte influência exercida por Aleister Crowley. Personagens como Arnold Krumm-Heller (Fra. Huiracocha), Kenneth Grant (Aossic Aiwass), Austin Osman Spare (Zos vel Thanatos), Karl J. Germer (Saturnus), Louis Grady McMurty (Himenaeus Alfa), Cecil Frederick Russel (Genesthai), Charles Stanfeld Jones (Achad), Gerald Brosseau Gardner, entre outros, estiveram sob direta instrução de Crowley.

Todos estes, cada um de acordo com a própria vontade, estabeleceram ou formaram novas Ordens, desenvolveram Ritos e criaram movimentos cuja base é a Lei de Thelema. Assim, Krumm-Heller herdou e estabeleceu a F.R.A., onde a palavra da Lei é (ou pelo menos era) Thelema; Kenneth Grant, líder mundial de um ramo da Ordo Templi Orientis e fundador da New Isis Lodge na Inglaterra, sendo ele um dos principais divulgadores da obra de Crowley; Austin Osman Spare, um talentoso artista plástico inglês, que desenvolveu um culto totalmente pessoal denominado Zos Kia; Karl J. Germer, que alguns consideram um Magister Templi da A.'. A.'.), torna-se, por herança, o O.H.O. da O.T.O.; Louis G. McMurty, um outro discípulo direto de Crowley, funda um outro ramo da O.T.O., hoje conhecido como o ramo americano ou californiano, também chamado de "Califado"; Cecil F. Russel fundou o Choronzon Club, grupo que mais tarde viria a ser conhecido como Great Brotherhood of God, a G.'.B.'.G.'.; Charles S. Jones, considerado o filho mágico de Crowley, descobriu a chave matemática do Liber Al vel Legis; e Gerald B. Gardner, a partir de Rituais escritos por Crowley, escreve seu Book of Shadows, concebe e funda a Wicca moderna.

Mas a influência de Crowley não acaba aí. Uma interminável relação de Ordens poderia ser citada como, se considerando ou não seguidores da Lei de Thelema, fruto direto ou indireto de seu trabalho. Estas Ordens constantemente utilizam a farta obra de Aleister Crowley não só como referência, mas como sendo básicas a seus trabalhos e imprescindíveis ao desenvolvimento de seus Adeptos.

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